Editorial
Necessidades especiais devem ser consideradas sempre
A página 6 da edição de hoje traz duas reportagens sobre pessoas com necessidades especiais. Na semana passada Pelotas viveu uma das grandes vergonhas recentes em relação a este público. Não existe desculpa aceitável para 20 dos 21 vereadores estarem ausentes na audiência sobre autismo. O argumento de politicagem usado para as críticas se torna ainda mais patético, considerando que eles próprios são seres políticos por profissão e, portanto, têm que saber lidar com isso. Os parlamentares precisam ser criticados e lembrados que, por mais que tenham aprovado questões ligadas à causa, isso não abre margem para desrespeitos futuros.
O mundo vive nas últimas décadas um importante processo de visibilização das pessoas com necessidades especiais. O que por muito tempo teve uma abordagem desumana de apagamento e com pessoas escondidas, hoje é visto apenas como mais um detalhe naquela pessoa. Que jamais podem ser esquecidos.
As empresas vêm em um processo avançado de inclusão. A arquitetura e engenharia também, com prédios e espaços públicos mais capacitados. Ainda assim, o olhar da sociedade para quem possui necessidades especiais ainda é insuficiente. A cobrança não é por um olhar de pena ou capacitista. É necessário que se pense no mundo construído para este público de uma forma em que se possa viver de maneira cada vez mais natural, mesmo com suas especificações.
Para isso, a solução é muito simples: ouvir este público. Ninguém melhor que os próprios para fazer os apontamentos necessários de onde nossa estrutura e nossa comunidade precisam agir para que todos os processos sejam mais inclusivos, mais gentis e cada vez menos capacitistas. Não há como pensar em políticas e soluções sem ouvir o público para o qual essas ideias serão direcionadas.
Um outro ponto é que as associações e entidades que colaboram, e são muitas, precisam ser cada vez mais apoiadas, seja pelo poder público, pela comunidade ou pelas classes empresariais. Para termos um mundo cada vez mais justo e decente para o público com necessidades especiais, é urgente que se pense como um todo e coletivamente. Só assim será possível seguir evoluindo, e espera-se que em ritmo bem mais acelerado.
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